A educação é claro que é fundamental para a formação do nosso modelo mental que depois vai condicionando o nosso comportamento. Eu posso pegar o certo ou errado pela legislação – imaginando que a lei é sempre algo para o bem comum. Até isso nós estamos questionando porque há leis que já nascem tortas e vocês me ouviram falar disso. A gente vai ter que pegar algumas leis que não estão ajudando, estão atrapalhando até e criando brechas para a corrupção e mexer nisso.
Então a gente pode dizer: “O certo é o que a lei prevê.” Mas isso é modelo mental. Tem gente que fala: “Mas, espera um pouco, há leis que não funcionam.” É aí que entra um conceito que a gente está trabalhando fortemente de que nós temos que trazer para a mesa, transcender esse negócio de certo e errado, sobre minha opinião de achar que é errado ou certo e pensar: “O que está funcionando? Está funcionando? Então parece bom. Não está funcionando então há alguma coisa errada e a gente vai ter rever, mesmo que seja legal.”
Este tema entra até nesse negócio de você achar um jeito de demitir uma pessoa “errada”, uma pessoa que não está funcionando bem na organização e depois o juiz reintegra. A lei que nos permite fazer essa inversão parece haver alguma coisa estranha nesse processo e que a gente precisa rever.
Então é um conjunto de coisas que vai fazer com que a coisa funcione melhor. Mas nesse ponto a gente tem que estar consciente de que esse conceito de certo e errado é um conceito político, um conceito que o ser humano inventa porque na natureza não existe isso. E todo mundo que estuda a natureza, a biomimética pode ver que nela não há esse conceito de certo ou errado ou o que funciona e o que não funciona.
E nesse ponto é que a natureza pode ser uma mestra extraordinária para todos nós. E o critério é que nosso bom senso tem que capturar, nossa sabedoria tem que capturar essa ideia de: “Está funcionando ou não está funcionando? Não está trazendo os melhores benefícios para a sociedade? Não é para o bem comum ou nos força a fazer coisa para o bem comum? Então nós vamos ter que mexer nisso.”
Então eu gostaria só de reforçar essa ideia de que nós vamos ter que refazer a nossa sabedoria evoluir nesta direção e olhar as coisas ao redor e ver o que está funcionando e o que não está funcionando. Ma só de perceber isso não basta. Tem que agir na direção de alguma coisa que faça funcionar e aí é a imaginação e as tecnologias novas que vão permitir com que a coisa funcione melhor. É isso que nós vamos ter que estar buscando para viabilizar inclusive as equações impossíveis.