Cultura Organizacional

A cultura organizacional sustenta os processos, ou são necessários processos bem estruturados para dar sustentação à cultura?

Quando a gente fala de cultura, a gente pode falar de processos, mas eu não usaria essa palavra não. Uma coisa que a gente pode estar associando à cultura, o seu cultivo, sua manutenção -não perder os valores e essas coisas todas – a gente precisa pensar em rituais. Rituais e não processos senão daqui a pouco a gente está estabelecendo controles para que a cultura aconteça de determinada forma. A única coisa que eu posso colocar que é um processo – que pra mim continua sendo um ritual – é quando a gente tem esses valores muito claramente definidos e a gente faz com que as pessoas conversem muito sobre os processos no dia a dia. Por exemplo, se acontece um problema, então se faz uma reunião que praticamente coloca na mesa: “Qual foi o valor da organização que foi quebrado aqui?”

Eu já vi isso acontecer em relação a princípios e é impressionante o valor disso. Aconteceu alguma coisa, um incidente, uma briga, um cliente que saiu chateado, uma perda grande que foi gerado na organização? Cada vez que acontece alguma coisa dessas, a gente pode parar para pensar e, até coletivamente, conversar sobre o valor que foi violado para que essa irregularidade aconteça.

Por outro lado a mesma coisa deve acontecer quando as coisas muito boas acontecem. Por exemplo, a organização tem gerado resultados extraordinários ou aconteceu uma vitória inesperada. Nesta situação, ao invés de só festejar, poderíamos parar e todo mundo refletir: “Qual foi o valor da organização e parte da cultura da organização que foi chave para que esse sucesso fosse desse nível?

Na medida que esses rituais de conversa aconteçam, essa é uma forma extraordinária de fazer com que esses valores e essa cultura estejam em evolução o tempo todo. Há organizações que fazem um tipo de auditoria de valores. A ideia é assim: Todos os anos fazer uma pesquisa para ver quais são as pessoas e áreas que estão mais aderentes à cultura e fazer um levantamento anual e até colocar os resultados disso nas conversas. E é nesses levantamentos que se definem – acaba se descobrindo até – que as partes da organização que exercem melhor os valores da cultura, apresentam melhores resultados. Isso é algo que, como feedback para a organização, para todos os setores e para todas as pessoas, é extremamente poderoso.

Então eu não usaria a palavra processo, mas falaria de rituais e uma série de práticas que visam assegurar a relação entre resultados, alcance do propósito com os elementos da cultura do que qualquer outra coisa. E é claro que, nesse trabalho, a gente pode até ver aspectos doentes na nossa cultura. Não é só a parte saudável. E aí a correção também faz parte desse ritual, desse jeito de evoluir e investir continuamente na cultura como algo de grande valor para a vida organizacional.

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