Neste podcast, Oscar Motomura comenta sobre formas de assegurar alto grau de iniciativa e protagonismo de todos da organização, dos jovens aos veteranos.
Sobre essa ideia de conseguir mais protagonismo, mais iniciativa, mais envolvimento, mais engajamento na organização, os processos, em minha opinião, são mais universais. Embora a gente possa dizer “talvez as formas de engajar jovens seja diferente da forma de engajar mais os veteranos, os seniores”, todos somos seres humanos e talvez a coisa mais importante seja a participação das pessoas nesse processo.
Existem vários tipos de participação. Existe a participação de pessoas que têm uma capacidade limitada e que, portanto, elas próprias ficam frustradas no processo porque não conseguem aportar mais contribuições do que desejam. Na verdade, as organizações deveriam investir continuamente na melhoria do nível de senioridade e preparação das pessoas, envolvendo todos, especialmente os jovens que chegam e precisam de um investimento muito grande de energia e espaço para que eles compreendam como é que o todo funciona. Esse é o investimento que muitas vezes não existem nas organizações. As pessoas que entram em programas técnicos já vêm de uma formação técnica, permanecem na área técnica e querem que as pessoas contribuam quase como mão de obra desses setores mais específicos. Essas pessoas não têm a visão do todo, portanto, não conseguem participar nas grandes decisões. A minha recomendação é que, quando se trata de Geração Y, eles trazem uma série de energias diferentes, energias também de contribuição, na medida em que toda a Geração Y seja trazida para entender o todo de uma forma mais profunda. Automaticamente o envolvimento fica maior.
Especialmente na Geração Y, é fundamental que haja desafios, haja coisas novas em um fluxo contínuo porque senão as pessoas entram no piloto automático e a desmotivação é uma decorrência absolutamente natural. Se nós conseguirmos, como organização, estimular os novos desafios o tempo todo, nós conseguiremos engajamento e contribuições cada vez melhores. Eu deixaria a mensagem de que isso não só funciona para jovens, funciona para todo mundo. Precisamos estar muito atentos também para assegurar motivação para os mais seniores porque, de um lado podemos achar que eles estão acomodados, por outro lado, eles não têm estímulos suficientes para transcender. Especialmente nesse sentido, talvez seja interessante juntar a Geração Y com os veteranos. Isso fará com que coisas extraordinárias advenham disso: os jovens conseguem assimilar o tácito dos veteranos, conseguem apoio em muitas coisas que precisam nessa fase inicial; e por outro lado, os veteranos podem ter uma ajuda extraordinária de pessoas que vêm com conhecimentos, tecnologias e fluências muito diferentes e podem trazer estímulos para os próprios veteranos ousarem entrar em áreas novas, nas quais não têm muita familiaridade. Tudo isso vai criar desafios e contribuir para uma aceleração da seniorização dos próprios jovens. Estamos em uma era em que os recursos humanos estão ficando cada vez mais escassos, falta de talentos. Essa junção, essa interação, pode fazer com que essa equação seja minimizada, a dificuldade seja minimizada até em função da sinergia que se consegue por aí.
Em suma, jovens e veteranos são seres humanos e como tal as formas de engajamento são universais. Existem diferenças, como existem em qualquer grupo onde haja diversidade. Precisamos honrar essa diversidade, que não é só de idade, e na medida em que damos atenção a essas sutilezas, coisas extraordinárias estarão sempre acontecendo. Gostaria que vocês refletissem um pouco sobre as coisas relevantes que existem na organização e que não gerenciamos exatamente porque não vão para a mesa, não estão em nossos sistemas de informações gerenciais. Meu convite é que vocês sejam bastante imaginativos – não fantasiosos, mas imaginativos – no sentido de tentar ver tudo o que afeta os resultados da organização a curto, médio e longo prazos, que não estão registrados em lugar nenhum e, portanto, são considerados como sendo invisíveis. O objetivo é que vocês reflitam de forma ampla sobre as coisas que estão invisíveis, ocultas, não aparentes em sua organização e que podem estar afetando significativamente os resultados concretos da sua organização.