A questão da autoestima é algo muito pessoal mas como é que o líder poderia ajudar nesta direção? Não sei quantos de vocês exercitam refletir sobre o talento que tem, os talentos únicos que tem e que nos diferenciam de outros. Ou as nossas vocações, as nossas vocações não desenvolvidas. É impressionante como a gente esquece dos talentos, dos pontos fortes que temos e das vocações que ainda podemos desenvolver. Eu posso ter uma vocação que eu desenvolvi nota sete mas que eu tenho condições de chegar a 10. Estou investindo nessa direção? Talvez não. E aí com o nível de aspiração de querer chegar a 10 ou a 12 é impressionante como a gente começa primeiro a reconhecer os talentos que temos e a reconhecer o potencial que ainda temos a desenvolver e tudo isso abre um espaço fantástico à frente, gerando esperança. Conseguindo fazer com que a gente visualize a nossa evolução pra frente porque autoestima não é só sobre: “Como é que eu estou hoje?” ou “Quais são as minhas qualidades?” mas também isso que eu posso me tornar a ser e que eu tenho certeza que eu chegarei lá. Às vezes a gente está tão assoberbado pelas coisas à nossa volta que a gente não pára para pensar. É aí que o líder pode criar essas oportunidades, de criar momentos em que a equipe inteira está refletindo sobre os pontos fortes de si e na medida em que isso seja aceito coletivamente daqui a pouco você tem esse negócio cruzado, de dizer: “Eu vejo que você tem muito potencial nisso, nisso e nisso…” E aí as pessoas começam a dar feedbacks positivos e fazem com que a nossa própria percepção, a percepção sobre nós mesmos, seja refinada pelos comentários que os colegas que trabalham e se relacionam conosco estão percebendo. O líder pode criar essas oportunidades? Pode. Por outro lado o líder também pode ajudar muito na medida em que não fique só dando feedback negativo.
É como o pai que só fica dando feedback negativo para o filho achando que está prestando um serviço e, no entanto, pode estar botando a criança lá pra baixo. Isso pode acontecer com líderes também. Se vocês ousarem conseguir uma filosofia de que as pessoas evoluem na direção dos elogios que recebe, você pode destacar mais os pontos fortes e incentivar que as pessoas consigam desenvolver os talentos que tem. E a outra é o líder que percebe o talento que a pessoa tem e começa a ajudar a pessoa a se desenvolver. E como? Não é só falando dos pontos fortes. É botando desafios, equações desafiadoras para que essas pessoas usem o potencial ainda não manifesto para resolverem os desafios. E, ao resolver esses desafios e superá-los, as pessoas descobrem coisas sobre si que nem sabiam antes. Então, esse é um jeito de liderar que pode fazer muita gente evoluir e não só evoluir e se desenvolver mas ir melhorando sua auto estima.