Eu sempre me lembro de uma afirmação do Jack Welch, o ex-presidente da GE. A GE tinha quatro tipos de executivos e vocês imaginem uma empresa que estava no auge e reconhecida pela excelência da gestão do próprio Jack Welch, admitir que há quatro tipos de executivos dentro da organização. Aqueles executivos que têm os valores e apresentam resultados. Aquelas pessoas que têm os valores mas não conseguem apresentar resultados. Parece que nesse caso é aquela história de buscar um lugar certo para essa pessoa que tem valores. Um lugar certo em que a pessoa comece não só a apresentar resultados mas se encontrem. E de, repente, os resultados passam a ser algo normal na vida da pessoa. Então há as pessoas que têm os valores e que apresentam resultados, pessoas que têm os valores e não apresenta resultados. Achar um lugar melhor na organização. E aí ele falava das pessoas que eram fáceis de resolver: não tem valores e não apresentam resultados. Caso típico de erro de seleção. Ele dizia: é uma caso fácil.
Alguns de vocês possam dizer que talvez essas pessoas possam ser recuperadas. Talvez. Mas no processo e a demora que isso pode levar para a recuperação, o estrago pode ser muito grande até a empresa correr riscos. Agora ele fala exatamente das pessoas que não tem os valores e apresentam resultados. No caso dele, ele era bastante forte em relação a isso porque ele dizia que era caso da gente tomar decisões corajosamente porque pode ser a maçã podre no barril que vai criar um estrago tremendo porque pode passar mensagens para a população inteira de que aquele é o perfil que a gente quer quando na verdade nós queremos o primeiro que é aquele que tem valores e apresenta resultados. Mas na medida em que a pessoa continua na organização porque nós temos medo que se com a ausência dela os resultados não serão atingidos. E esse medo faz com que a pessoas seja mantida. E aqui uma reflexão adicional que eu tenho feito ultimamente é que numa cultura em que tudo agora virou meta, meta, meta, meta, meta. E ficar em cima das pessoas para que essas metas sejam atingidas. Eu costumo dizer que é a gestão e liderança mais simplória que a gente possa imaginar. Numa cultura dessas. Esse que alcança metas até pisando nos outros, fica. Porque parece que é a meta que importa mais do que qualquer coisa. É acima inclusive dos valores, inclusive do propósito maior. O atingimento de metas pode estar quebrando inclusive valores e nos desviando do propósito maior. Isso é uma enorme distorção que acontece quando nós acabamos escolhendo um jeito de fazer resultados simplesmente botando metas lá em cima e ficando em cima das pessoas para que essas pessoas cheguem lá. Criando estresse inclusive, criando uma série de sub-produtos que a gente não quer nas organizações no médio e longo prazo. Mas infelizmente parece que isso está aí e tem gente usando dessa cegueira voluntária e não quer ver os prejuízos que isso está trazendo para a organização, para a equipe e para a sociedade, para os clientes às vezes. Então são coisas que nós líderes temos que estar muito conscientes e atuar rapidamente antes que isso acabe virando um problema crônico nas organizações. Aliás há muitos crônicos que nós líderes precisamos estar atentos e isso acontece também pela consciência do poder imenso que o indivíduo tem nesse século XXI. Com a tecnologia disponível nós temos condições de dar início a processos que vão mudar a empresa inteira e talvez o sistema inteiro a partir do contágio viral, com a participação de mais pessoas e a formação de verdadeiros mutirões para a resolução da equação que a gente põe na mesa. Está reclamando? Põe na mesa e vamos coletivamente tentar resolver essas equações.