Oscar Motomura compara a postura de pessoas com alta capacidade de execução com a de pessoas que não vão para a ação. Este podcast é um convite para reflexão e um chamado para a ação em todos os âmbitos da vida.
Eu posso participar de um curso, ter uma série de ideias, falar “caramba, esse negócio vai dar muito certo na minha organização, na minha área”, eu posso pegar isso e a partir daí fazer acontecer. Eu também posso me inspirar em um filme, no cinema, ter um insight e, de repente, falar “nossa, isso me deu uma ideia fantástica, vou fazer assim, assim, assim, quando voltar”. Ou pode ser até em uma conversa com os amigos. A inspiração pode chegar em qualquer momento da nossa vida pessoal ou profissional.
Agora, tem gente que pega esses insights e vai para a ação; outros não. É aí que eu queria fazer essa comparação entre quem faz e quem não faz. Quem faz vai logo para a ação; quem não faz, adia, procrastina, vai empurrando com a barriga, fala “hoje não, amanhã eu faço, segunda-feira eu começo” e assim vai, então, a procrastinação, adiar, deixar para depois é um hábito que vira um vício e em “n” coisas do nosso dia a dia podemos estar fazendo isso. Vou ligar para alguém e falo “amanhã eu ligo, depois eu ligo” e não liga. Então, a diferença entre quem faz é que vai logo para a ação, arrisca, experimenta, tenta; e o outro, evita ir para a ação e vai adiando. Essa é a primeira diferença.
A segunda diferença é que quem faz tenta, arrisca, assume riscos; quem não faz quer ficar no conhecido porque o risco é muito baixo ou zero, às vezes. Então, essa é uma diferença de que faz e quem não faz, está ligada à questão do risco.
Terceiro ponto é que quem faz logo pega aquela ideia e fala com pessoas, comunica, quer trocar ideias. É como se, pelos relacionamentos e pela comunicação, uma pessoa já está indo na direção do fazer acontecer; e quem não faz se fecha em copas, fica centrado em si ou ensimesmado, até pensando na ideia, mas não a coloca, não verbaliza e, portanto, não está em ação.
Quarto ponto são as pessoas que expandem a ideia, ampliam uma ideia, têm um insight e começam a ter outros insights sobre os insights, variando, de certa forma expandido a ideia e, nesse sentido, não há limites. Muitas ideias extraordinárias nasceram pequenas e foram sendo expandidas por quem fez acontecer. O contrário acontece com as pessoas que não fazem acontecer, deixam minguar, ou seja, a coisa vai sumindo aos poucos, não alimentam com energia e a ideia, aquele insight, vai morrendo. Essa é uma diferença grande que nós vemos no dia a dia.
Quem faz pode não saber como fazer, mas vai atrás, vai buscar os meios e os modos para fazer acontecer, pesquisa, pergunta, entrevista pessoas, porque ele quer fazer aquilo acontecer, ele se movimenta. Quem não faz fica preso ao “não consigo”, “não sei fazer”, “não tenho os conhecimento” e se volta para dentro e, mais uma vez, para o processo de fazer acontecer. A diferença é bastante significativa também. Quem faz tem a postura de superar as barreiras que aparecerão – todo processo de fazer acontecer vai encontrar barreiras –, para quem faz, está a fim de enfrentar as barreiras de forma criativa, vai tentando superá-las uma a uma. Quem não faz fica à mercê das barreiras e as barreiras acabam pressionando, acabam abafando o processo do fazer acontecer. Quem faz, faz o melhor que pode. Há pessoas que, o tempo todo, em qualquer coisa em que se envolvem, fazer o seu melhor. Pode não ser ainda nota 10, mas não lamentam nada porque sempre fazem o melhor que podem naquele momento. Isso vai construindo, vai atraindo aliados e a qualidade vai ficando cada vez melhor. Para quem não faz, ele quase que protocolarmente tenta meia bandeira, até para dizer que tentou, mas não faz isso com vontade, não busca e não tenta o melhor. É claro que as coisas não têm energia e não acontecem. Quem faz, confia na força da ação. Sabe que, uma vez que você começa um processo, ele começa a tomar vulto e começa a ter o seu próprio processo de vida. Quem não faz tem uma postura derrotista, de “eu posso fazer, mas quem sou eu, uma gota no oceano, não vou fazer muita diferença” e isso pode comprometer totalmente inclusive a própria iniciativa na direção do fazer acontecer. Quem faz, sente-se naturalmente empoderado, ou seja, tem o poder de fazer acontecer, tem autoconfiança e isso é o que faz com que a pessoa, mesmo ainda não estando totalmente com todos os elementos na mão, com todas as ferramentas na mão, vai na direção porque sabe que esse poder de criação que tem dentro é muito forte. A diferença, mais uma vez, é que quem não faz sempre se sente vítima das coisas, vítima das barreiras, vítima do chefe, vítima disso e daquilo, e isso acaba segurando a pessoa. Muita diferença aqui também. Alguém que se sente empoderado e o outro que se sente desempoderado.
A última coisa que eu queria falar sobre essa diferença entre quem faz e quem não faz é que, para quem faz, o céu é o limite. Ele sabe que esses processos começam de um jeito e não há limites para a pessoa criativa. Ele se espelha em “n” coisas que ele vê ao redor (como uma organização vira uma megaorganização em poucos anos, uma ideia que é colocada em prática, é testada no mercado e explode no mercado positivamente), ele está o tempo todo inspirado por exemplos dessa natureza. Para quem faz do céu o limite, é interessante que a forma do quem não faz ver os limites é que “eu sei quais são os meus limites”, impõe-se limites que mantêm a pessoa onde ela está ou a impede de alçar voos maiores. Pensar nessa tabela muito simples talvez exija uma reflexão por cada um de vocês, onde vocês estão e como é que vocês podem transitar na direção dessas pequenas coisas que caracterizam as pessoas que fazem acontecer. Boa transição de um lado para outro.