A gente até conversou outro dia mostrando uma certa correspondência – e a gente sempre tem que olhar as duas coisas – da liberdade de um lado e da responsabilidade de outro. Isso parece que alguma coisa que está ligada com algo que acontece desde criança, das crianças aprenderem a ficar mais responsáveis e não simplesmente delegar isso para os pais. E tem pais que educam os filhos de uma maneira muito interessante de tal forma que esse senso de responsabilidade vai sendo gradualmente, passo-a-passo desenvolvido. E em outros casos isso não acontece. Parece que está sempre sendo colocado a responsabilidade nos outros e é típico quando as pessoas estão sempre achando culpados fora de si.
Eu considero que este senso de responsabilidade, quando adultos, tem uma conexão total com a nossa percepção do nosso propósito de vida. Pra quê a gente existe? Qual é o sentido da vida? Na medida que eu estou filosofando sobre estas questões essenciais parece que esse senso de responsabilidade vai se avolumando, vai sendo construído dentro de nós. E aí a gente começa a ver como que nossas ações têm consequências boas e ruins e de repente você começa a tomar mais cuidado com a sua própria liberdade e começa a usar todos os momentos de decisão guiados por algo maior do que somente aquela situação – que é na verdade esse senso de propósito, esse sentido que a gente quer dar pra vida – e de repente esse senso de responsabilidade vai evoluindo a ponto de ser uma segunda natureza nossa. E aí sem pensar muito, sem a intermediação da nossa mente, sem analisar demais aquela situação, a gente praticamente já vai para decisão com base no senso de responsabilidade bastante evoluído. Talvez aqui esteja bem essa ideia da nossa evolução. Esse conjunto “liberdade-responsabilidade” que nós vamos ter que de uma forma genial combiná-las mas sempre com o foco no bem comum.