Se falamos de bom senso, podemos dizer “eu preciso ser uma superpessoa para conseguir fazer tudo isso”. É aí que talvez entre o coletivo. Nós precisamos ter grupos com interesses diversos, grupos com formações diversas, grupos com experiências diversificadas de tal forma que e esse bom senso coletivo possa operar. É para isso que as organizações existem. É por isso que falamos de team work. É por isso que falamos de uma inteligência coletiva, uma sabedoria coletiva. Então, a busca de consenso exige capacidade de ouvir, capacidade de conseguir vender ideias, inclusive algumas delas muito abstratas e cheias de complexidade para que todos no grupo consigam entender. A capacidade de vender ideias assume uma visão diferente aqui. Não é que eu tenha que empurrar uma ideia, eu tenho que colocar com grande clareza a ideia que eu tenho. E se todos no grupo tiverem desenvolvido essa competência, é impressionante também o poder desse grupo de trocar ideias e fazer emergir uma inteligência coletiva muito maior que o maior nível de inteligência individual que possa existir no grupo.

Agora, a capacidade de vender ideias tem uma contrapartida que é de ouvir com grande profundidade pontos de vista muito diferentes daquilo que temos. Posso dizer para vocês que essa é uma arte esquecida porque as pessoas estão muito mais a fim de falar e jogar suas ideias na mesa do que absorver com grande profundidade as ideias que estão vindo. Então, a contrapartida de vender ideias é que eu só conseguirei vender a ideia toda quando eu conseguir ouvir muito bem o que está sendo dito.

Na medida em que esses dois lados, do vender ideias e a capacidade de ouvir, estejam presentes em todas as pessoas que estão no grupo nós conseguimos chegar a consensos que realmente definam a sabedoria do grupo, muito maior que a sabedoria individual.