Sobre a grande energia da vida presente em tudo ao nosso redor

Oscar Motomura

Na verdade, somos todos Um com todos os seres vivos… inclusive com todos os seres humanos do planeta. Seres humanos que, sim, fazem parte da Natureza.
Somos uma grande comunidade mundial. Um grande organismo vivo que está o tempo todo mudando, evoluindo, se transformando. Essa visão que, para muitos, parecia algo totalmente teórico até recentemente, vem ficando extremamente real e tangível, a partir da pandemia que se espalha pelo mundo.
Um grande organismo vivo que, se de um lado, inclui a base da sociedade, inclusive os moradores de rua, crianças, idosos, os que moram apinhados em casas de um quarto só… Devemos nos sentir Um com todos eles. Mas também devemos nos sentir Um com as pessoas que estão em posição de poder hoje. Temos que fazer empatia com todos esses líderes locais e globais.

Numa democracia, elegemos, em tese, as pessoas mais sábias para liderar a sociedade. Damos mandatos para que conduzam o grande “condomínio” em sintonia com nossas necessidades. Mas há a premissa de que elegemos esses líderes para nos ajudar num mundo em certas condições. Ninguém no mundo foi eleito para nos conduzir no contexto de pandemia global. Nesse aspecto, estão todos zerados. Haverá os que estão pensando: “não fui eleito para isso…” Haverá outros que sentem que precisam assumir inclusive essa situação inédita de crise mundial (“fui eleito também para lidar com incertezas e desafios inéditos”; “não fui eleito para ajudar a lidar com um mundo previsível tão somente”).

Importante aqui é levar em conta que, independentemente, da atitude com a qual estejam encarando a atual crise mundial, todos esses líderes estão precisando de ajuda. Não foram preparados para lidar com o que o mundo vem vivendo hoje. É aqui que entra a força da democracia, da força do coletivo. Os países mais democráticos, nos quais o poder de influência esteja mais amplamente distribuído, tenderão a lidar com a atual crise mundial de forma mais fluente e eficaz. Os países que tenham poder concentrado na cúpula e gerenciem o “condomínio” de cima para baixo tenderão a lidar com a crise de forma mais pobre, menos criativa e menos engajada/eficaz.

Você como governante está cada vez mais aberto para pedir ajuda à sociedade como   um todo? Mais aberto a criar condições para a emergência de uma inteligência coletiva (capaz de ajudar a resolver as “equações impossíveis” à nossa frente de um jeito até agora inimaginável)?

Você, como cidadão engajado que pode e quer fazer diferença, está disposto a ir em   frente, sem ficar esperando diretivas que venham de cima (de pessoas em posição de poder que nunca lidaram com situações como a que vivemos hoje)? Quão disposto você está para organizar grandes mutirões virtuais para fazer o que o governo não vai conseguir fazer? Como esses movimentos irão ajudar as pessoas em posição de poder (não obstante as resistências iniciais, de não querer abrir mão do poder que tem etc.) a evoluírem/ aprenderem a se tornarem melhores líderes, num outro jeito de pensar em que se veja a sociedade como um grande organismo vivo, totalmente interconectado e interdependente?

 

SOBRE SER PROATIVO OU PASSIVO EM RELAÇÃO A TUDO QUE ESTÁ ACONTECENDO NO MUNDO

Tenho certeza que, em nossas reflexões, rejeitamos a ideia de ficar em compasso de espera. Liderança é iniciativa. É o que trabalhamos no APG o tempo todo…
Sim! Tempo de muita iniciativa. De proatividade. Zero passividade. Zero espera…
Mas ação em que direção? Em que extensão? Baseada em que premissas sobre a crise de hoje e sobre um “futuro inédito” que está emergindo numa velocidade impressionante?

Proatividade com foco no imediato, no curtíssimo prazo? Ou proatividade com foco no que ainda está por vir? Para o médio prazo (supondo que a crise vá durar mais do que um ano)? Ou para o longo (supondo que a crise veio para ficar e que, ao longo dos próximos anos, emergirá um mundo muito diferente do que vivemos até hoje).

Estamos nos preparando para o curto, para o médio e também para o longo prazo?

Estamos pensando em mudar incrementalmente nosso trabalho ou reinventá-lo pela base? Reinventar nossa própria “relação de emprego” com as organizações, sejam elas da área pública ou privada? Estamos pensando em reinventar radicalmente as organizações que dirigimos? Em reinventar o próprio conceito de governo, de democracia e do jeito de “fazer política”?

No nível pessoal, estamos pensando em rever radicalmente nosso modo de viver? Até que ponto precisamos voltar às conversas sobre “simplicidade voluntária” e sobre o valor de precisarmos ganhar muito pouco para viver com tranquilidade e existencialmente muito bem (vendo significado em tudo que vivemos e fazemos)?

Estamos pensando em nossas próximas carreiras? Estamos pensando nas muitas novas “profissões” que abraçaremos nas próximas décadas? Estamos nos preparando para tudo isso? O momento que vivemos hoje não seria ideal para investirmos tempo de qualidade para essas reflexões? Tempo ideal também para investir em autodesenvolvimento? Lembra-se que temos insistido muito em destacar o século 21 como a era do autodesenvolvimento, nos nossos programas, especialmente no APG?

Depois de refletir sobre todos esses pontos, tive um insight até certo ponto intrigante. Quem faria todas essas reflexões…? Seria você como profissional (técnico/especialista, gestor de organizações públicas ou privadas, representante eleito para os níveis federal, estadual ou municipal, líderes do executivo, do judiciário, CEO/executivo de organizações de grande, médio, pequeno porte, líder de organização da sociedade civil?) Seria você como cidadão (de sua comunidade, de seu município, de sua região, de seu país, do mundo)? Ou seria você como ser humano integral (como essência espiritual, que transcende em muito o ser profissional ou mesmo o ser cidadão do mundo)? Até que ponto devemos rever a forma como vemos a Vida, não só a nossa vida, mas a vida de todos os seres vivos de nosso planeta, a partir de um nível de consciência que seja o mais elevado possível…?

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