A falta de visão de negócios dos colaboradores pode ser a principal barreira para chegar lá.
Em janeiro de 2019 o Fórum Econômico Mundial reafirmou a visão de que embarcamos numa revolução tecnológica que transformará radicalmente nossa forma de viver, trabalhar e se relacionar. Conhecida como a Quarta Revolução Industrial (Indústria 4.0), afetará todos os ramos da indústria em todo o planeta. Por um lado, despertará apreensões. O Instituto Global McKinsey estima entre 400 e 800 milhões o número de desempregados pela automação que precisarão encontrar novos trabalhos nos próximos 10 anos. Por outro, há perspectivas de que a Indústria 4.0 levará países e empresas a atingirem patamares inéditos de crescimento sustentável e geração de valor. O que parece unânime é que, mais do que uma revolução tecnológica, esta será uma revolução de gestão.
Cinco Desafios Gerenciais da Indústria 4.0
Será preciso envolver os colaboradores na criação de novos sistemas de gestão de performance ao invés de impô-los top down – algo simplesmente inconsistente com metodologias ágeis ou design thinking. Mas essa construção tem que ser balizada por um entendimento sólido dos resultados para o negócio e do impacto para o sucesso do cliente (e do cliente do cliente). Os melhores KPIs estarão na intersecção entre o desenvolvimento das pessoas e seus efeitos sobre os resultados do negócio.
Um equipamento originalmente usado apenas para segurança pode fornecer dados que podem ser vendidos para empresas de seguros. A conexão perfeita de máquinas, sistemas e dados entre departamentos e entre empresas abrirá oportunidades para novos modelos de negócios e fontes de receitas. Mas apenas para aqueles que estiverem aptos a perceber e desenvolver essas oportunidades.
O Grupo Gartner prevê que em 2020 a inteligência artificial irá criar mais trabalhos do que extinguir. A empresa terá que estar pronta para preencher essas vagas. Isso requer uma cultura de curiosidade ao invés de medo pelo futuro. Requer também uma leitura apurada dos talentos e habilidades das pessoas, em busca de potencial oculto. O supervisor de manutenção pode ter grande aptidão para a descoberta proativa de falhas. O engenheiro pode ter desenvolvido um app para o time de futebol dos filhos e mostrar-se um exímio programador. Os profissionais precisam ter essas aptidões identificadas, acolhidas e desenvolvidas.
Programas formais de treinamento oferecidos pelas empresas oferecem em média 34 horas de aprendizagem por pessoa (a depender da organização, cargo, nível, ramo, país etc.). Se isso já é totalmente insuficiente para manter-se relevante em um trabalho existente, é evidentemente insignificante para preencher os novos papéis criados pela tecnologia. A empresa tem que se tornar uma escola. Mas uma escola diferente, que encoraje as pessoas a aprenderem e ensinarem umas com as outras, na qual a aprendizagem seja amigável e com extraordinária relação tempo x benefício, com a oferta de conteúdos em vídeo, acesso a redes de experts, portais de conhecimento, jogos e simuladores.
Esse desafio é evidente na própria definição de Indústria 4.0 adotada pela Alemanha: “uma abordagem de transformação digital orientada por resultados de negócios para gerar valor a partir da colaboração entre múltiplos parceiros atuando em ecossistemas que perpassam ramos e cadeias de valor”. O grande ganho não está nas melhorias de eficiência permitidas por IoT (Internet das Coisas) ou IA (Inteligência artificial). Está no enorme potencial de integração entre empresas inteiras, criando novos ecossistemas de negócios com níveis inéditos de geração de valor.
Desafios como estes já estão na pauta de alta administração de muitas empresas industriais. A sutileza é que a sua solução não será encontrada pelos membros desse grupo. Todos os colaboradores, nos mais diferentes níveis e áreas, precisam compreender o que é preciso fazer, onde a empresa deve estar, o que é melhor fazer por conta própria e quando faz mais sentido buscar parceiros.
Mas como desenvolver rapidamente o mindset e as competências necessárias para fazer com que todos embarquem nessas mudanças e contribuam de forma proativa?
Fortalecendo a visão de negócios
Uma pesquisa de 2015 entre mais de 300 líderes empresariais globais apurou que mais de 65% concordam que a falta de visão de negócios dos colaboradores limita gravemente a capacidade da organização de atingir seus objetivos estratégicos. Num contexto com desafios como os descritos acima essa deficiência se torna fatal. O desenvolvimento veloz dessa capacidade tem sido atingido por empresas em todo o mundo que têm utilizado ferramentas como a simulação de negócios Turbo Negócios Manufatura | Celemi Apples & Oranges. Nela os participantes assumem a gestão de uma empresa de manufatura que enfrenta grandes desafios. Eles aprendem a monitorar o fluxo de caixa, usar melhor os recursos e melhorar a produtividade. Elaboram demonstrativos financeiros para aprender a medir resultados e compreender como suas decisões afetam a saúde financeira da companhia. Decidem sobre rumos estratégicos (penetração de mercado?, desenvolvimento de mercados ou de produtos?, diversificação?) e compreendem os impactos sobre as operações e os resultados.
Além disso, o simulador pode ser customizado para empregar métricas específicas usadas pela organização para:
Atuação sobre o lucro sob controle em um segmento ou nível de negócios (quais despesas ou receitas estão “above” ou “below the line”).
Avaliação abrangente da performance do negócio (definições específicas de ROI e outros KPIs financeiros).
Gestão do capital de giro e suas alocações às operações.
Cálculo de fluxo de caixa livre e índice de conversão de fluxo de caixa.
Otimização da planta, identificação e eliminação de perdas, melhoria da confiabilidade.
O uso de gamificação faz do Turbo Negócios Manufatura | Celemi Apples & Oranges uma maneira rápida, leve e divertida de ajudar os colaboradores a mergulharem em temas sérios e cruciais para os resultados do negócio.
Conclusão
A Indústria 4.0 já tem transformado diferentes setores da economia global e será um divisor de águas para a manufatura moderna. Além dos ganhos em produtividade e em eficiência operacional, a Indústria 4.0 tem implicações estratégicas profundas.
O roteiro tecnológico para essa evolução é relativamente bem mapeado e homogêneo. Porém o gerencial e humano não. Requer mudanças comportamentais sempre desafiadoras, com enorme variabilidade em função de diferenças culturais (entre países e entre organizações de um mesmo país).
A chave do sucesso está na preparação da equipe. Quanto melhor a visão de negócios dos colaboradores, maior a probabilidade de que produzam resultados positivos, hoje e no futuro.
***
E você? O que percebe em seu ramo, em sua empresa? Algum outro desafio que gostaria de compartilhar? Compartilhe conosco suas ideias e comentários.